Répteis ou anfíbios como cobras, lagartos, tartarugas, sapos e rãs podem ser fascinantes, mas a decisão de tê-los envolve vários questionamentos. Vamos a eles:
1) Você pesquisou?
É importante obter o máximo de informação possível sobre o pet que você pensa em ter. Conhecer os tipos, espécies, comportamentos, necessidades alimentares e físicas é a preocupação número 1. Não se contente em conversar apenas com o vendedor do pet shop. Leia muito, converse com instituições especializadas (por exemplo, o Instituto Butantã). Sane todas as suas dúvidas antes de tomar uma decisão precipitada.
2) Você tem tempo para cuidar do seu pet?
À primeira vista pode parecer que répteis ou anfíbios não dão trabalho como pets, por serem menos interativos. Mas não é bem assim. Cada um demanda cuidados especiais, que por sua vez demandam que você tenha tempo e se organize bem. O Sapo-Boi Africano, por exemplo, come uma vez por semana e quase não se move. Mas seus dejetos são altamente tóxicos e podem matar o animal se seu habitat não for limpo com a frequência necessária.
3) Você sabe qual é a expectativa de vida do seu pet?
Répteis e anfíbios em cativeiro podem ter vidas extremamente longas, chegando a 50 anos! Mesmo os menores vivem muitos anos – lagartixas podem viver 10 anos, sapos até 20.
4) Quem vai cuidar do seu pet quando você não estiver?
É cada vez mais fácil encontrar pessoas dispostas a cuidar dos nossos pets quando viajamos ou temos que nos ausentar. Porém, com pets exóticos a coisa é mais complicada. Além dos habitats, que podem ser grandes e difíceis de transportar, é necessário que a pessoa designada saiba muito bem o que tem que fazer, para não colocar a saúde do seu pet em risco.
5) Você tem condições financeiras de ter um pet exótico?
Os cuidados com pets diferentes são sempre mais caros, pois eles exigem alimentação especial, veterinários especializados, e várias coisas que não se encontram em qualquer lugar.
6) É seguro e legal ter o pet que você pretende?
Em primeiro lugar, verifique se o pet que você quer ter é legalizado. O IBAMA tem uma lista de animais permitidos, e principalmente, de criadores legalizados. Portanto, não adquira seu pet senão de um criador legalizado! Em segundo lugar, considere se é seguro ter um pet desses. Cobras constritoras, como as jibóias, por exemplo, podem matar pessoas e outros animais, se não forem mantidas bem alimentadas e em locais adequados e seguros.
7) Você realmente quer esse pet?
Apesar de fascinantes à primeira vista, répteis e anfíbios geralmente tem um baixíssimo grau de atividade e interatividade, o que pode se tornar monótono se você não tiver isso claro em mente antes de trazê-lo para casa. Se você estiver preparado para admirá-los e respeitá-los pelo que realmente são, ótimo. Se achar que vai ficar frustrado, não tenha um animal desses. Lembre-se de que é bastante difícil “doar” um pet exótico do qual você venha a desistir, e soltá-lo na natureza é considerado crime ambiental.
8) Você tem espaço adequado para o seu pet?
Além de espaço físico adequado para os terrários e habitats, é necessário que você conheça todas as necessidades especiais do seu pet no que diz respeito a iluminação, temperatura, umidade, circulação de ar e acessórios. Muitas vezes é necessário ter instalações elétricas separadas com no-breaks, para que em caso de falta de energia seu pet não fique sem as condições básicas de sobrevivência. E lembre-se: cobras constritoras, por exemplo, atingem vários metros de comprimento, e precisam de espaços grandes o suficiente para ter uma vida saudável.
9) Você tem como alimentar seu pet adequadamente?
Muitos desses animais tem dietas específicas e difíceis de proporcionar. Alguns só comem animais vivos (ratinhos e insetos, por exemplo), outros podem ser acostumados a se alimentar de presas congeladas (por exemplo, ratinhos comprados congelados em lojas ou na internet, que devem ser descongelados antes de serem oferecidos). Dependendo da espécie, é necessário oferecer insetos específicos, e suplementos alimentares, para que seu pet não sofra problemas advindos de carências nutricionais.
10) Seu pet se reproduzirá em cativeiro?
Essa é uma questão bastante relevante. É preciso conhecer bem a espécie que você pretende ter, e se planejar para que uma reprodução acidental não ocorra. Além de que pode ser ilegal vender um animal reproduzido em casa, não é fácil encontrar alguém para doar. O melhor é não ter filhotes, a não ser que você esteja bem orientado por um profissional da área de veterinária, especializado em animais exóticos, e preparado para as consequências das suas escolhas.
Lembre-se: a sua primeira responsabilidade é com o bem-estar do animal que pretende trazer para dentro da sua casa!
