Como saber se meu cachorro precisa de adestramento?

Adestradores estão na moda. Basta sair na rua ou ir a parques, que logo um profissional irá oferecer seus serviços. São franquias, autônomos e aventureiros buscando se estabelecer em um mercado em ascensão. Mas será que o adestramento resolve? Quando contratar um adestrador?

O adestrador virou sinônimo de solucionador de problemas comportamentais. Após adquirir o filhote, o tutor já pede indicação ao veterinário ou ao vizinho sobre um bom adestrador para deixar o cão “comportado e obediente”.

O que é adestramento?

Baseado nos comportamentos naturais do cão, o ser humano descobriu como solicitar comandos ao animal e recompensá-lo por isso. É uma forma de conseguir manter o animal sob seu comando e fazer com que ele entenda e execute pequenas palavras.

Existem os comandos chamados de básicos: senta, deita, dá a pata, fica e vem. Estes podem ser ensinados para qualquer cão (e até gatos) de qualquer idade ou porte. Alguns tutores ainda tem medo de, ao ser adestrado, seu cão se tornar um robô. Nada disso. A técnica funciona para melhorar a comunicação entre cães e humanos.

Mas o adestramento vai muito além de um simples comando. No momento que você pede para seu cão executar as ações e há recompensa, há uma interação positiva entre vocês. O cão é estimulado e fica feliz por receber o petisco, passeio ou carinho. A hora do adestramento deve ser o momento mais alegre entre tutores, profissionais e o cão.

A recompensa

É muito importante recompensar o cão após cada comando executado corretamente. O mais comum é a utilização de petisco. Mas estudos mostram que o carinho do tutor é a melhor recompensa para os cães. Por isso, um “muito bem” e um afago podem ser muito mais efetivos que o bom e velho bifinho de carne.

Há casos nos quais a recompensa pode ser um brinquedo ou até um passeio. Basta colocar a coleira no animal, pedir alguns comandos simples, como “senta”, “pata” e “deita” e sair para uma bela caminhada. O importante é encontrar o que chama e prende a atenção para que o animal aprenda os comandos.

Adestramento resolve mesmo?

Se você busca o adestramento para falar comandos, para que seu cachorro obedeça em momentos que ele estiver aprontando, esqueça.

Gritar a palavra “senta” quando uma visita chega, para que o cão não pule, pode deixar cachorro e tutor frustrados.

Aquele conceito de adestramento militar caiu por terra. Nem mesmo os militares utilizam os comandos para esse fim, com cães de trabalho.

Muitas vezes, o adestrador é procurado quando há alguma queixa comportamental por parte do tutor. O que, normalmente, se espera é que o profissional faça três ou seis meses de aula e devolva um cão super comportado e tranquilo. Tudo isso, sem que o tutor tenha muito trabalho.

O adestramento deve ser feito diariamente

Você pode contratar um adestrador, ele irá a sua casa e ensinará os comandos ao cão. Mas é fundamental que esses ensinamentos sejam executados diariamente por todos que convivem com o animal. Por isso, é extremamente importante acompanhar as aulas de adestramento, para aprender como o adestrador faz, e repetir.

É muito comum tutores falarem que seus cães foram adestrados, mas esqueceram tudo. Ou até que o adestramento não funcionou. Sem esse reforço diário, o trabalho do adestrador irá regredir ou mesmo não surtir efeito, sem a presença do profissional.

O adestramento, para o cão, funciona como uma aula de matemática para humanos. Além de estimular o mental do animal, oferece desafios e objetivos a serem alcançados. Por isso mesmo, as sessões de adestramento devem ser rápidas, não demorar mais que 30 minutos.

Qual a diferença entre adestramento e terapia comportamental?

O adestramento irá melhorar a comunicação entre tutor e cão, irá desafiar mentalmente o animal, auxiliar no gasto de energia e aumentar a obediência. E só!

Problemas comportamentais como coprofagia (comer coco), xixi no local errado, ansiedade por separação, excesso de lambedura de patas, medo, agressividade, entre outros, não serão resolvidos com o adestramento. Alguns problemas precisam ser resolvidos na causa e não na consequência. Infelizmente não são todos os adestradores que estão preparados para entenderem o gatilho do comportamento inadequado. Por isso, há a terapia comportamental.

Quando devo buscar um psicólogo de cachorro?

No mundo perfeito, o terapeuta comportamental deve ser a segunda consulta da vida do cão. A primeira será com o médico veterinário, para ver como está a saúde geral, falar sobre vacinas e vermifugação. A segunda consulta deveria ser com o terapeuta comportamental para prevenir possíveis problemas comportamentais e orientar qual o melhor local para cada coisa do animal.

Qual brinquedo é ideal para o cão, qual coleira comprar, como iniciar os passeios, como fazer a socialização com outros animais, onde deixar pote de água e caminha, são algumas das diversas orientações que o terapeuta comportamental irá fornecer durante a consulta. Tudo isso fará uma enorme diferença no desenvolvimento do animal.

Mas, se você não fez isso e agora está com problemas, você pode solicitar uma consulta comportamental para resolver a situação que se apresenta. Pode ser desde coisas simples (aparentemente), como roer os móveis ou xixi no lugar errado, até agressividade.

O mais importante é não se acomodar com o comportamento inadequado do pequeno. Lembre-se que ele pode estar em sofrimento, por isso age de uma forma que lhe desagrada. Além de melhorar o comportamento no animal, a consulta comportamental e o adestramento visam o bem estar de humanos e peludos.

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