Envelhecimento: saiba como a idade afeta seu cão

O avanço dos anos é inexorável até para o mais saudável dos cães. Assim como para nós, seres humanos, a idade traz desafios e a necessidade de cuidados especializados, a fim de prevenir, tratar ou atenuar os efeitos de doenças como câncer, deterioração cognitiva, artrite e diabetes, entre outras. Veja como a idade afeta seu cão.

O avanço dos anos é inexorável até para o mais saudável dos cães, trazendo a necessidade de cuidados especializados. Veja como a idade afeta seu cão.

À medida em que vão envelhecendo, nossos pets precisam de cuidados especiais, é claro. O primeiro e mais importante ponto é observar seu animal sempre. Um animal idoso deve passar por consultas veterinárias de rotina pelo menos a cada 6 meses, a fim de que seja possível detectar e tratar novas condições o mais rápido possível. Abaixo preparamos uma lista dos problemas mais comuns a acometerem cães idosos:

Sentidos afetados

Com a idade, o sistema nervoso vai perdendo eficiência. A transmissão de informações das terminações nervosas para o cérebro fica mais lenta, e os sentidos vão demorando mais tempo para serem ativados.

  • Audição

A perda de audição acontece naturalmente em cães idosos, pois as células nervosas no aparelho auditivo vão se deteriorando. Problemas no ouvido interno (a parte mais profunda do ouvido) também são comuns, e causam perda de equilíbrio e tonturas. Em algumas raças de pelos longos, o pelo que cresce dentro dos ouvidos pode abafar o som. Do mesmo modo, raças com canais auditivos estreitos podem sofrem com acúmulo de cera. Raças com orelhas caídas podem desenvolver infecções por fungos, bactérias e outros agentes nocivos. Portanto, mantenha a limpeza dos ouvidos do seu pet sempre em dia.

  • Visão

Os olhos de cães geralmente ficam “enevoados” com o passar do tempo. Isso se chama esclerose nuclear, uma deterioração das fibras do cristalino, sem grandes consequências além de uma ligeira perda de visão a curta distância e habilidade em focar a visão – o equivalente a uma “vista cansada” em humanos. Porém, há problemas mais graves, como a catarata – que pode parecer visualmente semelhante à esclerose, mas com consequências mais graves, como a perda da visão. Também, glaucoma, degeneração da retina, e dificuldade em enxergar em ambientes claros ou escuros demais podem ocorrer.

  • Olfato

O olfato é o principal órgão sensorial dos cães, e grande parte do seu cérebro é dedicada a ele. Com a deterioração das funções neurais, os cães podem ter sua habilidade de sentir cheiros sensivelmente reduzida. Isso pode levar a alterações do paladar, perda de interesse na comida e perda de peso. Do mesmo modo, alterações como tumores e pólipos no nariz podem prejudicar o olfato.

  • Síndrome da disfunção cognitiva

Quando a degeneração do sistema nervoso atinge níveis extremos, a qualidade de vida do cão e até sua relação com a família podem ser profundamente afetadas. A Síndrome da Disfunção Cognitiva – semelhante ao Mal de Alzheimer em humanos – pode se manifestar de diversas formas. Diminuição da interação com pessoas e outros animais, confusão mental, olhar parado, padrões de sono e movimento alterados, falta de atenção, dificuldade motora e retrocessos (quando o cão parece “desaprender” o que sempre soube, como onde fazer suas necessidades) são alguns dos sintomas. Não há cura, mas há estudos de alimentos capazes de reduzir os efeitos da degeneração, como os triglicérides de cadeia média.

Problemas sistêmicos

Diversos órgãos e funções do corpo podem ser afetados com a idade, e devem ser cuidadosamente observados. Muitas vezes os sintomas são leves, e só ficam evidentes quando a doença já se encontra em estágio avançado.

  • Respiração

A capacidade pulmonar diminui com a idade, e as alergias podem surgir – ou se pronunciar. Também, a capacidade de controlar a temperatura do corpo através da respiração pode ser afetada, o que representa perigo principalmente para animais braquicefálicos, de focinho curto, como Pugs, Buldogues Franceses, Buldogues Ingleses, e outros cães com esta característica.

  • Coração e circulação

Cães idosos podem desenvolver problemas de coração e circulatórios, como sopros e insuficiência cardíaca. Alguns sinais claros de problemas cardíacos incluem tosse, dificuldade para respirar, falta de apetite, desmaios, fraqueza, alterações de comportamento, agitação, isolamento, edemas (inchaços).

  • Articulações, ossos e músculos

Segundo um estudo realizado nos EUA, a artrite atinge um em cada cinco cães. A principal causa é a deterioração das cartilagens do corpo. Cães de porte grande ou gigante tem maior tendência a problemas articulares, assim como cães de coluna vertebral longa e pernas curtas (como os Dachshunds), que podem sofrer com o aparecimento de hérnias de disco e bicos-de-papagaio. Cães miniatura também devem ter atenção especial, pois seu sistema motor é bastante delicado. Um dos fatores que mais afetam os problemas motores em cães é a obesidade, que deve ser combatida sempre.

  • Sistema digestivo

Cães idosos podem desenvolver problemas gastrointestinais, que vão desde intolerância a alimentos que costumavam comer até a diminuição da absorção de certos nutrientes. Os sinais incluem diarreia, vômitos e flatulência. A constipação (intestino preso, dificuldade em fazer cocô) também é um sinal que não deve ser ignorado. Mais uma vez, a obesidade tem influência profunda nos problemas do sistema digestivo, e pode levar a diabetes.

  • Rins e bexiga

Os rins são os primeiros a sofrer com a idade nos cães. A bexiga perde a elasticidade, e pode levar à incontinência urinária. Urinar demais ou não o suficiente, dificuldade ou dor ao urinar podem indicar falência renal, problemas de coluna ou infecções graves. Além disso, diabetes sem controle pode causar alterações no funcionamento dos rins e bexiga.

  • Hormônios e glândulas

O sistema endócrino é responsável pela produção dos hormônios que regulam diversas funções do corpo. Por consequência, qualquer alteração na produção hormonal causa desequilíbrios em diversos sistemas. Sintomas podem incluir falta de equilíbrio, hipertensão, letargia, pele seca e problemas do coração. O declínio da produção da insulina (um hormônio) pelo pâncreas ou a falha nos receptores de insulina causa diabetes.

  • Sistema reprodutivo

Cães castrados tem menores chances de desenvolver problemas ligados ao sistema reprodutivo à medida em que envelhecem. De 60 a 80 dos machos não castrados acima dos 8 anos apresentam aumento de próstata e correm maior risco de câncer nos testículos. Do mesmo modo, cadelas não castradas tem maiores chances de desenvolver infecções urinárias, piometra (infecção uterina), cistos e câncer.

Se perceber qualquer dos sintomas listados acima, ou outra anormalidade em seu cão, procure seu veterinário de confiança imediatamente.

Acima de tudo, a regra de ouro é a prevenção e a observação. Alimentação correta, estilo de vida saudável e visitas regulares ao veterinário podem garantir ao seu pet uma melhor qualidade de vida, mesmo com o avanço dos anos.

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