Andy Warhol: Pop Art, gatos e Dachshunds

Andy Warhol é um ícone. Lembrado por sua arte inconfundível, foi também pet lover como nós. Conheça os pets do rei da Pop Art.

Andy Warhol e Archie

Nos anos 1950, antes de se tornar o rei da Pop Art, Andy Warhol era um artista como tantos outros, tentando a vida em Nova York. Trabalhava como ilustrador de livros infantis para a famosa editora Doubleday, e estava em sérias dificuldades financeiras.

Quando sua mãe, Julia Warhola, descobriu sobre a real situação do filho, mudou-se de Pittsburgh para NY, a fim de ajudá-lo. Ela, também artista plástica,  exerceu grande influência sobre Andy. Inclusive no que diz respeito ao enorme amor por gatos.

Um livro dedicado aos gatos

Mãe e filho moravam num minúsculo apartamento em Carnegie Hill, no Upper East Side, em Manhattan. Viviam cercados por gatos, cujos nomes eram todos Sam, com excessão de uma gata chamada Hester. Eram tantos, que seus amigos eram frequentemente presenteados com gatinhos que nasciam na família.

Andy Warhol e um de seus gatos Sam
Andy Warhol e um de seus gatos chamados Sam.

Em 1954, a dupla de artistas lançou um livro em edição limitada, chamado 25 Cats Name Sam and One Blue Pussy. Era uma coletânea de aquarelas no inconfundível estilo de Warhol, em cores vibrantes, com caligrafias de Julia. A grafia do título saiu incorreta – ao invés da palavra Named, o livro foi publicado faltando um D, Name, e Andy decidiu deixar assim, por considerar “moderno”. Foram produzidas apenas 190 cópias, assinadas, e presenteadas a amigos e clientes.

Gatos pintados por Andy Warhol
Retratos de gatos em aquarela, que compõem o livro 25 Cats Name Sam and One Blue Pussy, de 1954.

Mergulhando na Por Art

A partir do início dos anos 1960, Warhol se interessaria cada vez mais pelo movimento Por Art, nascido na Inglaterra na década anterior. Na Por Art, objetos do dia a dia serviam de objeto para a criação de arte. Warhol passou a produzir suas famosas imagens de garrafas de Coca-Cola, latas de sopas Campbell’s, e retratos de celebridades, como Marilyn Monroe, Elvis Presley e Jackie Kennedy. Galgava assim seu espaço no panteão da arte para sempre.

Sua vida artística teria ainda incursões pelos filmes, TV, instalações, e tudo aquilo que considerasse interessante como forma de expressão. “Se você quer saber tudo sobre Andy Warhol, basta olhar para a superfície das minhas pinturas e filmes, e para mim, e lá estou eu. Não há nada por trás disso.”, declarou ele para o jornal underground The East Village Other, em 1966.

Archie, o alter ego

Em 1973, Warhol iniciaria uma nova era de sua vida pet. Seu namorado, Jed Johnson, o convenceu a ter um cão. Assim, entrou na vida do artista o Dachshund Archie, que se tornaria não apenas companhia de todas as horas, mas motivo de inspiração artística.

Archie acompanhava Andy para todos os lugares – galerias de arte, seu estúdio, vários restaurantes, e até ao famoso Studio 54 – a boate badalada da época em Nova York. Durante as refeições, Archie ficava no colo, comendo pedacinhos de comida. Certa vez, o artista se recusou a ir para Londres, pois não queria deixar o cão sozinho nem submetê-lo à quarentena obrigatória de seis meses para entrar na Inglaterra.

Segundo um artigo publicado na década de 1980, Archie tornou-se o alter ego de Andy Warhol. Quando não queria responder a alguma pergunta da mídia, desviava a questão para o cão, e o segurava bem perto do rosto quando fotografado. Archei era seu escudo protetor.

Andy Warhol e Archie em várias ocasiões sociais, e retratado por Milton H. Greene em 1974.

Amos e uma série de pinturas de pets

Cerca de dois anos depois, Jed e Andy decidiram ter um segundo Dachshund, Amos, para fazer companhia a Archie. A partir de então, Archie já não seria companhia tão assídua em eventos e compromissos.

Porém, na década de 1980, Andy Warhol produziria vários retratos de animais de estimação. Tendo Archie e Amos como peças centrais, claro, incluiria também outros cães notórios, como Moujik, do estilista Yves Saint Laurent. Leia aqui sobre YSL e Moujik!

Retratos de Archie e Moujik
Retratos de Archie e Moujik.

Em seus últimos anos de vida, Andy Warhol viveu isolado em um prédio de cinco andares, rodeado por antiguidades, arte, coleções de perucas, incontáveis latas de biscoito e seus dois amados cães.

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