Alimentos proibidos para cães: uma lista definitiva

Nunca é demais repetir a lista de alimentos proibidos para cães, e explicar em detalhes porque podem fazer mal à saúde.

alimentos proibidos para cães

Você já deve ter lido diversos artigos sobre os alimentos proibidos para cães. Essa informação já foi compartilhada milhões de vezes na internet, e há muita desinformação. Essa é a minha versão da lista, com todas as explicações sobre o porque de cada coisa.

Chocolate

O cacau contém uma substância chamada teobromina. É da mesma família da cafeína – tem efeito estimulante e vasodilatador. Pode ser encontrada também nas sementes de guaraná. A teobromina não é metabolizada adequadamente pelo fígado dos cães. A intoxicação por teobromina pode causar taquicardia, agitação, diarreia e vômitos. E quanto mais puro o chocolate, maior o risco. Você já comeu chocolate ou bebeu café demais? Imagine essa sensação elevada a um nível letal…

Uva e uva-passa

Não se sabe ao certo qual substância presente nas uvas ou uvas-passas faz mal aos cães, ou porque alguns são afetados, e outros não. Porém, já foram documentados casos de falência renal aguda e morte. A ingestão de uvas pode causar vômitos, diarreia, letargia, fraqueza muscular, convulsões, desidratação, anúria (o cão não consegue urinar). Melhor não testar se seu cão é sensível ou não. Evite as uvas de qualquer variedade.

Carambola e ruibarbo

A carambola e o ruibarbo tem altas concentrações de ácido oxálico, que reage com o cálcio presente no organismo, formando cálculos renais (pedras nos rins). Também não são recomendados para humanos que tenham tendência à formação de cálculos. A intoxicação por ácido oxálico causa salivação, vômitos, diarreia, sangue e cristais na urina, fraqueza, tremores e alterações na ingestão de água. Escolha frutas seguras para eles.

Macadâmia

Também não se sabe ao certo o porque de macadâmias serem tóxicas para cães. A intoxicação, ainda que não letal, causa fraqueza muscular – particularmente nas patas de trás –, tremores, diarreia, vômito e febre. Geralmente os sintomas desaparecem por si sós, porém não sem antes causarem desconforto e problemas que podem levar a complicações. Evite sempre.

Cebola

A cebola contém n-propil dissulfito, que altera a hemoglobina do sangue, destruindo sua capacidade de portar oxigênio. A intoxicação foi documentada, também, em gatos (e é ainda mais grave), cavalos, bovinos e ovinos. Qualquer forma da cebola é tóxica, seja ela crua, cozida ou desidratada. O resultado é uma anemia aguda, que pode levar à morte. A cebola está presente em alimentos industrializados ou preparados em casa para consumo humano. Por isso, insistimos tanto em dizer animais não devem comer restos de comida, papinhas de bebê e outros alimentos humanos, portanto não apropriados para eles. Incluem-se na lista dos proibidos a cebolinha e o alho-poró.

Massa crua

O fermento presente nas massas cruas de pães ou bolos pode gerar gases e se transformar em álcool, causando desconforto gástrico e até rompimento das alças intestinais dependendo da quantidade e grau da intolerância. O álcool gerado causa sintomas de embriaguez. Após assadas, as massas até podem ser oferecidas em mínimas quantidades. Mas quer saber? Eu prefiro não dar pães e massas aos meus cães.

Cafeína

Por ser estimulante e rapidamente absorvida pelo organismo dos cães, a cafeína é perigosa. Mesmo quantidades mínimas de café, chás, refrigerantes e energéticos que contenham cafeína podem ser fatais. Os sintomas são agitação, taquicardia, hipertermia, tremores, convulsões, vômito.

Cogumelos

Assim como para nós humanos, enquanto algumas variedades de cogumelos são próprias para consumo, outras tem alto potencial de toxicidade. Cogumelos próprios para consumo humano, como champignos, paris, shimeji, shiitake, etc, não causam problemas. Não deixe que seu cão coma cogumelos desconhecidos no jardim!

Ossos cozidos

Ao serem expostos ao calor, ossos tornam-se quebradiços e podem se partir em formas pontiagudas, que se ingeridas podem causar perfuração gastrointestinal. Ossos de aves são particularmente perigosos. Ossos crus podem ser oferecidos, mas a brincadeira deve ser monitorada, sempre.

Sementes de maçã e pera, caroços de pêssego, ameixa, cereja e semelhantes

Enquanto as frutas são ótimos petiscos, as sementes e caroços são tóxicos, pois contém ácido cianídrico. O ácido cianídrico está no grupo dos venenos mais letais já descobertos, tendo sido usado como arma química na Segunda Guerra Mundial, e em câmaras de gás.

Sementes de linhaça crua

O óleo de linhaça contém elementos benéficos aos cães (desde que receitados por um médico veterinário ou nutrólogo), mas as sementes cruas contém traços de ácido cianídrico.

Álcool

Além de causar embriaguez e todos os sintomas correlatos ao consumo excessivo, as bebidas alcoólicas fermentam no trato intestinal, causando os mesmos sintomas da ingestão de massas cruas. Na época das festas de final de ano, hospitais veterinários registram um aumento de internação de cães por intoxicação por bebidas. Assim como em humanos, o cão pode entrar em coma alcoólico e morrer.

Açúcar

A ingestão de açúcar ou qualquer alimento adoçado pode causar obesidade (o mal do século também para cães e gatos), diabetes e outras alterações metabólicas, cáries e alteração de paladar. Não ofereça balas, doces, sorvetes e outros alimentos adoçados ao seu cão. Quem já foi ao nutricionista humano não vai achar esta informação estranha, não é mesmo?

Batata crua

A batata comum, quando cozida (em água fervente) e sem casca, não apresenta riscos para os cães. Mas a batata crua é indigesta, e pode ser tóxica, devido à presença de solanina. Pode causar problemas gastrointestinais e afetar o sistema nervoso. Dê preferência a outras alternativas de tubérculos, como mandioquinha, inhame e batata-doce, sempre cozidos.

Abacate

Cães podem comer a polpa do abacate em pequenas quantidades – afinal é gordura, e a mesma regra que vale para nós, vale para eles. No entanto, a casca da fruta e as folhas do abacateiro contêm persina, que pode causar vômitos, diarreia e taquicardia. Muito cuidado também com o caroço, que pode ser engolido e causar obstrução.

Considerações sobre o alho

Vários artigos publicados por aí afirmam que o alho tem a mesma ação da cebola no organismo dos cães. No entanto, artigos científicos, livros e a observação ao longo dos anos dos cães atendidos pela Dra. Sylvia Angélico do Cachorro Verde mostram que a coisa não é bem assim. Em pequenas quantidades – uma fina lâmina misturada ao alimento em uma das refeições do dia, por exemplo – o alho pode ser benéfico ao sistema imunológico, auxiliar no controle de parasitas, e ter outras atuações bastante interessantes à saúde.

As quantidades que seriam tóxicas são tão altas – algo como um dente de alho grande por quilo do animal durante sete dias –, que é bastante improvável que uma dieta normal ofereça esse risco.

Assim sendo, concluímos que o alho não é um vilão perigoso, desde que administrado em pequenas quantidades, e com observação cuidadosa de qualquer sintoma indesejado, como gases e desconforto.

Para este artigo de alimentos proibidos para cães, como sempre me baseio nas informações do site Cachorro Verde no que diz respeito à alimentação pet – dentre as muitas coisas que aprendo com a Dra. Sylvia Angélico –, e em fontes internacionais em que confio, como o site PetMD.

Compartilhar no facebook
Facebook
Compartilhar no twitter
Twitter
Compartilhar no whatsapp
WhatsApp
Compartilhar no email
Email
Compartilhar no pinterest
Pinterest